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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dica de leitura - Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na era Sarney






Sarney



Hinoráveis Bandidos


“Em 2008, o senador José Sarney voltou a ser manchete, principalmente das páginas policiais, quando revelada a organização criminosa da qual seu filho fazia parte. Para não deixar o filho ir para a cadeia, ele teve de disputar no ano seguinte a presidência do Senado. Foi preciso colocar a cara para bater. O poderoso coronel voltou para dar forças aos filhos, para salvá-los”.
Pela primeira vez em livro, um jornalista – Palmério Dória, um veterano do jornalismo investigativo – reconstrói toda a insólita trajetória do ex-governador do Maranhão, ex-presidente da República e atual senador José Sarney. Sua vida, seus negócios, seu destino – presidente da República por acaso – sua família, amigos e correligionários, todos envolvidos numa teia cujos meandros os jornais e revistas revelaram nos últimos meses – sem a riqueza de detalhes e revelações surpreendentes agora contidas em livro.
Obediente às regras do “bom e verdadeiro jornalismo”, Palmério faz um implacável retrato do poderoso coronel de maneira transparente e inteligente. Neste livro o leitor vai saber como Sarney consegue envolver tanta gente na sua teia.
A objetividade, veracidade na descrição de personagens e situações, concisão, originalidade e calor humano fazem da obra uma leitura obrigatória e prazerosa.
“E, para honrar o jornalismo, atualidade absoluta e, ao mesmo tempo, permanência, pois vai girar a roda da história e os pósteros sempre aí beberão em fonte cristalina para conhecer costumes políticos e sociais desta nossa época em que um político brasileiro, metido em escândalos até o pescoço, exerce o poder de fato, acima de qualquer suspeita”, enfatiza Palmério, que fez o livro a quatro mãos com o jornalista e amigo de décadas Mylton Severiano, o Myltainho da revista “Realidade”, dos anos 1960, e da equipe que fundou o “Jornal da Tarde”.
Os dois formaram uma dupla de peso. Enquanto Palmério cuidava da investigação, Mylton fez a pesquisas e reuniu os dados, posteriormente cruzados e checados com rigor.
“Honoráveis Bandidos” contém um caderno especial de 16 páginas com hilariantes charges de nada menos que os irmãos Caruso – Chico e Paulo – sobre o principal ator desta história real. “Sarney sempre esteve na história do Brasil. Não há como descartar o Sarney. Ele sempre foi o mal maior”, responde Palmério Dória ao ser indagado “por que Sarney?”.
É a primeira vez o mercado editorial receberá um livro com toda a história secreta do surgimento, enriquecimento e tomada do poder regional da família Sarney no Maranhão e o controle quase total, do Senado, pelo patriarca que virou presidente da República por acidente, transformou um Estado no quintal de sua casa e ainda beneficiou amigos e parentes.
Um livro arrasador, na mesma linha de “Memórias das trevas – uma devassa na vida do senador Antonio Carlos Magalhães,do jornalista João Carlos Teixeira Gomes, também da mesma editora, e que na época do lançamento contribuiu para a queda do poderoso coronel da política baiana. Um best seller que ficou semanas nas listas dos mais vendidos.



Pra quem quer cair de cabeça baixe o livro aqui





quinta-feira, 14 de abril de 2011

Na sociedade capitalista da informação, compartilhar virou crime.

Reproduzo abaixo artigo de Renata Mielli do blog JANELA SOBRE AS PALAVRAS




É estarrecedor ver as mil e uma maneiras utilizadas pelo mercado para auferir lucro. Todas elas, ou praticamente todas, estão se lixando para o direito do cidadão (oops – do consumidor, já que na sociedade de mercado todos deixamos de sermos pessoas para sermos consumidores). 

O caso mais recente aconteceu no Piaui, onde três vizinhos de baixa renda resolveram ratear o preço do acesso à internet. Um dos vizinhos contratou o serviço sem sua linha telefônica. Depois, eles foram a uma loja de informática e adquiriram um roteador wirelles e estão, os três, compartilhando o acesso à rede mundial de computadores. O valor das mensalidades, que vinham pagando em dia, era dividido entre os eles.

Mal sabiam eles que estavam cometendo um crime. Alguém os denunciou para a Anatel – aquela agência reguladora que deveria fiscalizar o serviço oferecido pelas empresas de telefonia, pautada pelo direito do cidadão, .... ai consumidor – e um fiscal da agência foi ao local, apreendeu os equipamentos e multou o assinante do serviço em R$ 3.000,00. Leia a íntegra da reportagem publicada no portal 180graus.

O argumento usado pela Anatel para justificar a ação é a de que o assinante da linha estaria prestando serviços de provedor de acesso à internet sem a devida autorização da Agência.

O gerente geral da Anatel no Piauí argumentou que “Dificilmente um cidadão vai contratar um serviço multimídia de, por exemplo, R$ 500, e dividir com os seus vizinhos gratuitamente. A cobrança de um valor mensal pelo serviço caracteriza exploração clandestina. Além disso, se esse vizinho que presta o serviço decidir desligar o a internet, ou se houver um problema na linha, a quem essas outras pessoas que usam o serviço vão recorrer?. A fiscalização serve para garantir a qualidade do serviço” e frisou que, neste caso, o infrator responderá por 2 ilícitos: o administrativo que é penalizado com a multa, e penal por infração à lei.

Alguma coisa está fora da ordem...
O que ocorre é que compartilhar, dividindo serviços e despesas não é exploração econômica. Nenhum destes está levando vantagem econômica sobre os outros. Na verdade, o “consórcio” firmado entre os amigos foi a única maneira de eles terem um acesso a um serviço que é reconhecidamente caro.

A Anatel, ao invés de penalizar o usuário – que encontra os seus mecanismos para ter acesso a um serviço que deveria ser garantido pelo Estado – deveria estar exercendo o seu papel de fiscalizar as empresas, coibir os abusos cometidos por estas, garantir que o serviço contratado seja efetivamente o que é entregue.

A cruzada moderna
A luta do mercado contra qualquer forma de compartilhamento está se transformando na cruzada do século XXI. A internet é o principal alvo desta guerra econômica. Compartilhar arquivos digitais também pode se transformar em crime. Lembro da minha infância, quando um amigo comprava um LP (aquele bolachão de vinil que ao ser colocado na vitrola tocava música) e a gente copiava em fitas cassete para o resto da galera. Éramos crianças cometendo o crime inafiançável de compartilhar.

O certo mesmo é ensinar para as crianças que cada um tem que ter o seu, e tem que ter o dinheiro para comprar o seu. E assim formar jovens e adultos sob a cultura do você é o que você tem e o que importa é você ter e não o outro.

O mundo wirelles.... 

Voltando à Anatel. Então quer dizer que se eu resolver abrir o sinal wirelles da minha residência, permitindo que meus vizinhos e os passantes que detectarem o sinal acessem à internet, eu serei uma criminosa???? Que tentador não....