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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Um microconto

Trôpego. Os pés melados de barro indo adiante. As mãos enfiadas nos bolsos do casaco já grudento. A calça surrada. A opercata de couro enfiada nos pés sujos. A camiseta pregada no corpo sedentário. O trânsito quase às pressas. ”Minhas passadas superando as borrachas dos pneus”. Sim, o Recife, suas pontes e seus lixos por sobre o tapete. “Essa cidade enfada qualquer um inclusive eu que não tenho riso fácil para ela”. E se foi. Não queria mais sentir a unanimidade sobre a beleza dessa cidade.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ARMADILHAS

Te darei espinhos
Jogarei as rosas no chão
Enfi arei meus beijos nos teus bolsos
Me enganarei com as tuas palavras.
Minha voz fala aos teus ouvidos,
Mas não sou eu quem diz
Nem teus sentidos ouvem qualquer coisa
Me beije
Mas não me toque!
Me toque
Mas não me beije!
Serei todas as coisas:
REMÉDIO
O TEMPO ESPERADO
POESIA MANIFESTO
MÁGOAS AMOROSAS
ALDEIA UNIVERSAL
LIVROS DE PAPEL
ENCICLOPÉDIA VIRTUAL
O BARULHO DA MINHA MÁQUINA
E A TEMPESTADE
ELETRÔNICA
É impossível não chegar até o labirinto
E a solidão de suas portas